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Atualizado em 9 DE dezembro DE 2013 ás 16:32

Vivência dos Tupinambás em debate

Café Científico traz a Doutora em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo, Maria Rosário Gonçalves de Carvalho, que também é professora Associada da Universidade Federal da Bahia e Coordenadora do Programa de Pesquisas Sobre Povos Indígenas do Nordeste Brasileiro (PINEB) e se dedica a temas como identidade, etnicidade e relações raciais


Os Tupinambás: como viviam e como vivem hoje? Esse é o questionamento da edição de dezembro do Café Científico com a Maria Rosário Gonçalves de Carvalho (FFCH-UFBA). O evento acontece no Auditório da Biblioteca dos Barris, no dia 13 de dezembro, às 18 horas.

O primeiro registro produzido sobre os Tupinambás ressaltou a sua feição – “pardos, maneira d´avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos” (Pero Vaz de Caminha. Carta a el-rei d. Manuel sobre o achamento do Brasil. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1974) e a nudez dos corpos. O relato do escrivão, preciso e circunstanciado, demonstra, contudo, que a nudez era quebrada pelos adornos labiais, denominados batoques ou tembetás.

De fato, as penas, para os Tupinambás, não apenas ornavam os corpos, mas constituíam signos denunciadores das posições sociais dos seus portadores e fonte de riqueza pessoal: “seus tesouros são penas. Quem as tem muitas, é rico e quem tem cristais para os lábios e faces, é dos mais ricos” (Hans Staden. Duas Viagens ao Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Editora da USP, 1974) Florestan Fernandes, apoiado em grande número de fontes primárias, observa que, por ocasião do começo da colonização portuguesa na Bahia, os Tupinambás dominavam extensas áreas territoriais. Toda a zona costeira, do São Francisco até junto dos Ilhéus, estava sujeita ao domínio dos grupos locais Tupinambás. As relações entre eles não eram “uniformemente amistosas”.

Os moradores da região compreendida entre os rios Real e São Francisco eram inimigos dos que moravam “daí para baixo”. Na “Bahia”, os que moravam do lado da cidade eram inimigos dos que povoavam a zona contígua, delimitada pelo rio Paraguaçu, Sergipe, Ilha de Itaparica, rio Jaguaripe, Ilha Tinharé, e as costas dos Ilhéus De todo modo, Gabriel Soares de Souza assinala que as dissensões ocorreram antes da chegada dos colonizadores, que delas se beneficiariam.

A sessão de 13 de dezembro de 2013 do Café Cientifico versará sobre os Tupinambás coloniais – conferindo atenção às suas relações domésticas; ao ideal masculino guerreiro; à posição social das mulheres; ao fundamento gerontocrático do sistema sociocultural; aos movimentos migratórios; e aos  rituais, entre outros aspectos — e contemporâneos que, nos anos 1990, retomaram o seu etnônimo e passaram a reivindicar os direitos a que fazem jus.

O Café Científico é um local em que qualquer pessoa pode discutir desenvolvimentos recentes das várias ciências e seus impactos sociais. Além de oferecer oportunidade para que cientistas e o público em geral se encontrem face a face para discutir questões científicas, numa atmosfera agradável.

O Café Científico Salvador tem a promoção do Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências (UFBA/UEFS), LDM – Livraria Multicampi, Tribuna da Bahia e pela Biblioteca Pública do Estado da Bahia.

Serviço:

O que: Café Científico
Local: Auditório da Biblioteca dos Barris, Rua General Labatut, 27,Barris, Salvador-BA.
Para mais informações: 71 3283-6568

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