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Atualizado em 24 DE setembro DE 2011 ás 13:46

Mafro recebe leitura dramática do conto “Um corpo sem nome”

Atividade mensal faz parte do projeto "Leituras Pretas"

Por Adriana Santana*
asantana.cultura@gmail.com

Na última segunda-feira (19) o Museu Afro-brasileiro da Ufba (Mafro) recebeu a terceira edição do projeto Leituras Pretas, uma atividade mensal realizada em parceria com a companhia Beluna Cia de Arte. O projeto consiste na leitura dramática de textos que discutem a temática afro-brasileira. Nessa edição, foi apresentado o conto Um corpo sem nome, do autor Adonias Filho.

Josie Sodie, Alec Saramago, Iasmine Menezes e Alessandra Sodré.

A dinamização do projeto foi realizada pelo estudante de Museologia da Ufba e participante do grupo Beluna, Alec Saramago, e o professor do curso Marcelo Cunha, na época coordenador do Mafro. A atual coordenadora do Mafro, Graça Teixeira, diz que a parceria do museu surge na perspectiva de “abrir espaço para mais uma atividade, nesse caso, de conciliação entre a performance e a exposição. A primeira edição do evento, por exemplo, aconteceu em julho durante a abertura da exposição Homens-Máscaras, de River Dillon”. Ela afirma ainda que, “dentro do programa de ações afirmativas da universidade, o projeto é importante na medida em que divulga textos que refletem a identidade afro-brasileira”.

Público contempla a leitura dramática do conto "Um corpo sem nome".

Segundo Maria Emília Neves, museóloga e funcionária do Mafro, “além de atrair um novo público, o objetivo é oferecer ao público que esteja no museu no horário da apresentação uma possibilidade de conhecer os textos apresentados, de ser surpreendido com a performance. Como a leitura dramática é curta, a pessoa que está de passagem pode participar”, destaca.

Os membros do grupo Beluna, Alec e Iasmine Menezes e a atriz convidada Alessandra Sodré, foram os responsáveis por conduzir a leitura. A organização vem fazendo testes com o horário das apresentações. No mês passado, o evento foi realizado às 19h, mas não conseguiu alcançar um grande público. No próximo mês, o evento será dedicado ao público infantil, devido ao Dia das Crianças. O Leituras Pretas Pretinhas, como será nomeada a edição especial, será realizado no dia 24 de outubro, às 15h, e apresentará textos do ativista social Nelson Mandela e do artista e líder espiritual da comunidade Nagô, Mestre Didi.

Mafro

O Mafro não costuma receber este tipo de atividade em suas dependências. “A única atividade semelhante foi a apresentação de leituras interpretativas de poesia angolana há aproximadamente um ano e meio”, afirma a museóloga e funcionária do Mafro, Maria Emília. Segundo a coordenadora do Mafro, Graça Teixeira, “faltam recursos financeiros para a realização deste tipo de atividade”.

O Museu Afro-Brasileiro funciona desde 1982 no prédio da antiga Faculdade de Medicina da Ufba, no Terreiro de Jesus. Ele é um dos poucos do Brasil a tratar exclusivamente das culturas africanas, se constituindo num espaço de referência para a afirmação identitária.

O fluxo de visitantes do museu costuma variar, como informa Maria Emília, “no verão, o fluxo de turistas é intenso, enquanto nos outros meses, são alunos quem mais visitam o museu. Apesar de ser cobrada a taxa de R$6 (inteira) e R$3 (meia entrada), para a visita, estudantes de escolas públicas tem acesso gratuito, a partir de agendamento. Dessa forma o visitante terá acesso aos dois museus que são interligados internamente: o Mafro e o Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE)”.

Beluna Cia de Arte

A Beluna Cia de Arte funciona com sede provisória na Baixa do Fiscal, no início do Subúrbio Ferroviário, em Salvador, e propõe trabalhos relacionados ao teatro, circo, audiovisual e educação inclusiva. “Nosso foco de trabalho é a área artística no geral. Nós trabalhamos ainda com atividades pedagógicas, sempre relacionadas com a arte”, afirma o diretor artístico Natan Duarte. O grupo geralmente realiza projetos a baixo custo ou custo zero e tem um histórico de atuação no Centro Cultural de Plataforma, onde oferece periodicamente oficinas gratuitas aos moradores do Subúrbio Ferroviário.

A fim de atender todas as áreas, o grupo conta com uma equipe multiprofissional. Além desta equipe, proveniente, em sua maioria, das áreas do teatro e educação, a Beluna recebe convidados para trabalhar em seus projetos, como é o caso de Alessandra Sodré, que participou do Leituras Pretas deste mês.

Mais informações sobre a Beluna Cia de Arte podem ser acessadas através do site http://www.beluna.com.br/.

Com informações de http://www.mafro.ceao.ufba.br

*Estudante de Produção Cultural da Faculdade de Comunicação da Ufba – Facom

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