Reitora da universidade chamou atenção para a falta de recursos e autonomia de gestão que os hospitais universitários do país enfrentam. Pelegrino concorda que o SUS tem problemas de gerenciamento
Por Marília Mariotti*
marilia.mariotti@gmail.com
A revista científica The Lancet, considerada um dos mais importantes periódicos médicos do mundo, lançou um suplemento em maio deste ano intitulado: “Saúde no Brasil”. O número traz um diagnóstico da situação do atual sistema de saúde brasileiro e uma retrospectiva histórica das políticas de saúde no Brasil, com ênfase na implantação do SUS. A serie de 6 artigos e 5 comentários também já foi apresentada em Brasilia no Congresso Nacional.
A publicação motivou a realização do primeiro seminário The Lancet- Saúde no Brasil, que teve sua cerimônia de abertura realizada na noite de segunda-feira (22), no Salão Nobre da Reitoria da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
O evento contou com a presença da reitora da Ufba, Dora Leal Rosa, do diretor do Instituto de Saúde Coletiva também da Ufba (ISC), Eduardo Motta e o presidente da Acadêmia de Ciência da Bahia, Roberto Santos.
Representantes dos governos municipal e estadual também estiveram presentes na solenidade, como os deputados federais, Amauri Teixeira e Nelson Pelegrino, ambos do PT, além da vereadora Aladilce Souza (PCdoB), membro da Comissão de Saúde da Prefeitura de Salvador. O Superintendente de Assistência Farmacêutica, Ciências e Tecnologia em Saúde da Bahia, Alfredo Boa Sorte, esteve presente representando o secretário estadual de Saúde Jorge Solla e o governador da Bahia, Jacques Wagner.
A apresentação do Madrigal da Ufba, composto por alunos e professores da Escola de Música da universidade, abriu a solenidade.
Discurso Político – Alfredo Boa Sorte iniciou seu discurso saudando a qualidade das pesquisas realizadas no instituto, uma vez que dos 34 cientistas que tiveram seus trabalho publicados no períodico, cinco são pesquisadores do ISC. Boa Sorte também destacou que, “o seminário é mais do que uma atividade acadêmica, é politico acadêmica e permitirá que trassemos novos horizontes pras politicas de saúde brasileiras.”
O deputado Nelson Pelegrino enfatizou em seu discurso que o sistema de saúde brasileiro em sua concepção é um dos melhores do mundo, mas que ainda é subfinanciado e tem problemas de gestão.
O subfinanciamento também foi tema do discurso da reitora da Ufba. Após ressaltar a importancia do evento para o amadurecimento das políticas de saúde no Brasil, Dora chamou atenção para a falta de recursos e autonomia de gestão que os hospitais universitários do país vem enfrentando. A reitora também cobrou do governo federal um estatuto dos hospitais universitários que ajude a definir estas e outras questões.
Dora Leal Rosa cobrou do governo federal um estatuto que viabilize mais recursos e autonomia de gestão para os hospitais universitários
Saúde ontem e hoje – “O Sistema de Saúde Brasileiro: história, avanços e desafios”, foi o tema da mesa redonda que encerrou as atividades da noite. A mesa debateu sobre o artigo de mesmo nome que foi publicado no especial Brasil da The Lancet. O material apresenta uma pesquisa comparativa dos numeros da saúde brasileira nos ultimos 40 anos.
Na terça-feira (23), a programação seguiu durante todo o dia no Auditório Professor Guilherme Rodrigues da Silva, no ISC-Ufba. Quatro Mesas Redondas foram formadas até às 16h, quando aconteceu o encerramento com o debate entre os palestrantes: Estela Aquino (ISC-UFBA); Cláudia Travassos (ICICT/Fiocruz); Jairnilson Paim (ISC-Ufba); Laura Rodrigues (London School of Hygiene and Tropical Medicine); Maria da Glória Teixeira – (ISC-Ufba); Maria do Carmo Leal (Escola Nacional de Saúde Pública – Fundação Oswaldo Cruz); Maria Inês Schmidt (UFRGS); Michael Reichenheim (UFRJ); e Naomar de Almeida Filho (ISC-Ufba). A Coordenação foi de Maurício L. Barreto do ISC.
O seminário The Lancet- Saúde no Brasil foi promovido em parceria com o ISC-Ufba e teve o apoio da Secretária de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).
*Estudande de Jornalismo da Faculdade de Comunicação da Ufba – Facom
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Não é incrível que o Brasil esteja chamando a atenção de grandes entidades internacionais?