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Atualizado em 10 DE abril DE 2019 ás 22:37

Sim! Buracos negros são reais e cientistas podem provar

Cem anos depois da primeira tentativa de provar a existência dos buracos negros, uma equipe internacional composta por mais de 200 pesquisadores puderam enfim comprovar de forma direta a existência desse fenômeno

POR GIOVANNA HEMERLY*
gihe296@gmail.com

Imagem: reprodução

A imagem que você observa, divulgada dia 10/04 (quarta-feira), pela Fundação Nacional da Ciência dos Estados Unidos (National Science Foundation-NSF), corresponde a um marco na história da astrofísica: é a primeira prova visual direta de um buraco negro! A imagem é fruto do projeto Telescópio de Horizonte de Eventos (Event Horizon Telescope Collaboration – EHT), realizado através de parcerias entre diversos países desde 2012.

A captura da imagem do buraco negro localizado na galáxia Messier 87, próxima à constelação de Virgem, comprova aquilo que as pesquisas de Albert Einstein sobre a Teoria da Relatividade Geral, realizadas há mais de 100 anos, já indicavam: a existência de regiões no universo onde o campo gravitacional é tão intenso que qualquer astro que aproximasse acabaria sendo puxado para seu interior, não possibilitando que partículas ou radiações escapassem, nem mesmo a luz. Desta forma, a visualização de um buraco negro foi considerada uma missão quase impossível durante muitos anos.

Contudo, os cientistas do projeto EHT provaram que a missão é possível sim utilizando oito radiotelescópios simultaneamente em diferentes países, como Havaí, Arizona, México e Chile, preparados para registrar uma área do buraco negro conhecida como Horizonte de Eventos, linha limite do campo gravitacional que marca até onde podemos enxergar os astros atraídos antes de serem desintegrados. “Estamos vendo o invisível. Buracos negros provocaram imaginações por décadas. Eles têm propriedades exóticas e são misteriosos para nós. Só que com mais observações como esta, eles estão aos poucos cedendo seus segredos”, afirmou a diretora da NSF, France Córdova.

O registro desta região localizada a 500 quinquilhões de quilômetros de distância do planeta Terra, conseguido com apoio de investimentos na área científica e tecnológica dos países participantes, possibilitará o desenvolvimento de mais pesquisas sobre o assunto. “Avanços na tecnologia, conexões entre os melhores observatórios de rádio do mundo e algoritmos inovadores se uniram para abrir uma janela totalmente nova sobre os buracos negros”, afirmou o diretor do projeto EHT e do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, Sheppard Doeleman.

O próximo passo dos cientistas é a otimização dos radiotelescópios, além da adição de novas unidades ao projeto, para que possam encarar o desafio ainda considerado uma missão quase impossível: a captura de imagens do buraco negro localizado no centro da Via Láctea, o Sagittarius A.

*Estudante do curso de jornalismo da Faculdade de Comunicação e repórter da Agência de Notícias em CT&I – Ciência e Cultura UFBA

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