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Atualizado em 7 DE junho DE 2012 ás 22:28

Professor francês analisa seriados americanos

François Jost, professor da Sorbonne Nouvelle-Paris III, participou da Conferência "Les séries américaines comme symptôme", realizada na Faculdade de Comunicação da UFBA e analisou as séries de TV americanas como sintomas de crises mais amplas, presentes na sociedade.

DA REDAÇÃO
cienciaecultura.ufba@gmail.com

The Mentalist X-Files, The Walking Dead, Dr. House, Lie to Me, OZ – dentre tantas outras – são séries de TV bastante conhecidas em todo o mundo. A maior gama dessas produções televisivas vem dos Estados Unidos. Mas, para além da simples produção das séries ou do seu consumo enquanto obra para entretenimento, a proposta do professor François Jost, da Sorbonne Nouvelle-Paris III, é analisar os seriados a partir de uma perspectiva semiológica, buscando identificar as causas para o sucesso deste produto junto ao público.

A Semiologia é tida como a ciência do sintoma e, para o pesquisador François Jost, a noção de sintoma é útil para a análise dos seriados. “O sintoma é alguma coisa de latente que devemos saber como ler – como um índice, uma marca”, explicou François Jost durante a Conferência “Les séries américaines comme symptôme” promovida pelo Grupo de Pesquisa em Análise de Telejornalismo e pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Faculdade de Comunicação da UFBA, na última terça-feira (05 de junho).

No caso do estudo desenvolvido por François Jost, para além de um signo, as séries aparecem como um signo de uma crise mais ampla presente na sociedade. “Nosso objetivo é compreender como as mídias dizem as coisas de nossa sociedade”, ressaltou. A exploração da privacidade foi um dos exemplos destacados pelo pesquisador como sintomático.

Refletindo sobre o motivo para o sucesso das séries, o pesquisador destacou alguns dos argumentos recorrentes. “Um dos argumentos é dizer que os seriados americanos são mais realistas. De fato, se os seriados são interessantes, é porque eles dão a impressão de um discurso realista; inovador”, afirmou. Entretanto François Jost acredita que os seriados dão resposta à demanda das pessoas de um “desejo de saber”. Nesse sentido, os seriados trariam três tipos de conhecimento – enciclopédico, saber fazer e saber ser, ou que comportamento devemos ter frente à determinada situação.

O professor François Jost discutiu que os seriados americanos fornecem uma compensação simbólica muito mais do que representativa do real e, nesse aspecto, a transparência surge como um consolo para o público. François apontou ainda que as séries de TV repousam na psicologia da empatia. “Somos capazes de entender o super herói [que assistimos]”, completou.

Uma das séries de TV analisadas foi Lie to Me, do canal americano FOX. O sucesso das séries produzidas na grande potência norte americana, segundo avaliou François Jost, está bastante relacionado a uma “generalização do populismo”. “Esse sucesso me preocupa [, no entanto,]”. O docente da Sorbonne Nouvelle-Paris III criticou o fato das séries de TV americanas serem as mais famosas na França, por exemplo, pois supõem, fazer conhecer um saber sobre a América “que a gente não conhece”, finalizou.

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