Newsletter
Ciência e Cultura - Agência de notícias da Bahia
RSS Facebook Twitter Flickr
Atualizado em 10 DE outubro DE 2012 ás 21:15

Primeira Mesa do SIMSOCIAL 2012 debate pesquisa na internet

“Navalha de Occam” foi citada para demonstrar o que deve ser priorizado dentro de uma pesquisa em internet.

ÍTALO CERQUEIRA*

Na manhã da quarta-feira (10), aconteceu a primeira mesa-redonda do Sim Social 2012. Mediada pelo professor José Carlos Ribeiro, a mesa foi composta pelos professores Adriana Amaral, Marcos Palacios e Tânia Maria Hetkowski para discutirem sobre Metodologia de Pesquisa na Internet.

+ SIMSOCIAL 2012

Redes ou estruturas sociais?

Redes sociais podem aproximar a escola do cotidiano de alunos e educadores

A internet e a comunicação das coisas

Condição de ser célebre é discutida no SimSocial 2012

Abrindo a mesa, o professor José Carlos Ribeiro fez uma breve introdução sobre a atividade de pesquisa, para tanto ele definiu algumas etapas que são fundamentais para a sua realização: a observação, coleta, análise e interpretação.

Os professores Adriana Amaral, Tânia Maria Hetkowski e Marcos Palacios na Mesa "Metodologias de Pesquisa na Internet". Foto: Matheus Pirajá

Os professores Adriana Amaral, Tânia Maria Hetkowski e Marcos Palacios na Mesa "Metodologias de Pesquisa na Internet". Foto: Matheus Pirajá

Em seguida, o professor passou a palavra para Adriana Amaral que refletiu sobre como abordar metodologicamente objetos localizados na internet. A primeira dificuldade encontrada é a construção de uma amostra específica, ou seja, como determinado objeto é enquadrado e qual sua relevância. Além disso, um trabalho de pesquisa deve estar aliado às perspectivas históricas do que já foi feito e apresentar uma boa descrição, “fundamental para uma boa interpretação”, conforme expõe.

Amaral questionou a imparcialidade do pesquisador perante seu objeto, que não poderia ser alcançado em nenhum estudo, sobretudo os que relacionam a internet. “Não vejo como pesquisar internet sem ter um nível de inserção nesse ambiente”, frisa a professora. Para tanto, ressalta que estudar internet não deve ser uma mera coleta de dados on-line, mas também off-line, diluindo a existência dessa dicotomia. Adriana Amaral ilustrou tal situação com o exemplo de sua aluna que, ao estudar os trending topics no Twitter relacionados à Banda Restart, teve de ir às filas dos shows para entrevistar diversas fãs. “Às vezes, uma pesquisa pode ser muito mais rica sendo feita de maneira on-line e off-line”, destaca.

A pesquisadora da UNEB Tânia Maria Hetkowski, do Grupo de Geotecnologias, Educação e Contemporaneidade (GEOTEC), falou sobre a Metodologia de Pesquisa Colaborativa, a partir de algumas experiências com o projeto “A Rádio da Escola e na Escola da Rádio”.

Marcos Palacios falou sobre sua experiência na pesquisa de cibercultura. “É preciso uma metodologia”, destaca o professor. Os objetos se modificam, ainda que isso não implique no surgimento de uma nova metodologia. Além disso, o professor afirma que os fenômenos virtuais devem ser entendidos em um nível macro: “o caso deve ser um elemento ilustrativo dentro de um contexto”, destaca. Palacios ainda ressalta que é necessário ir além da descrição e partir para a interpretação, pois a “internet é objeto de pesquisa, ferramenta e espaço de redes de pesquisas”, como explica.

A Mesa "Metodologias de Pesquisa na Internet" foi mediada pelo professor José Carlos Ribeiro. Foto: Matheus Pirajá

A Mesa "Metodologias de Pesquisa na Internet" foi mediada pelo professor José Carlos Ribeiro. Foto: Matheus Pirajá

Por fim, o professor fez referência à “Navalha de Occam” para demonstrar o que deve ser priorizado dentro de uma pesquisa em internet. Primeiramente, a pesquisa deve ser aplicada como ato metodológico, sendo necessário averiguar quais metodologias já existem. Em seguida, não multiplicar o que já está sendo feito: “qual o grãozinho de originalidade que posso trazer?”, sugere o professor como indagação dos possíveis pesquisadores. Por fim, ele sugere que se deve “cortar sim, mas cortar com cuidado”.

*Ítalo Cerqueira é estudante de Produção Cultural da Facom-UFBA e bolsista da Agenda de Arte e Cultura.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *