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Atualizado em 2 DE fevereiro DE 2018 ás 17:55

Gastronomia à serviço da sociedade

Para as apresentações dos projetos de conclusão de semestre, estudantes do curso de Gastronomia da UFBA desenvolveram receitas sem glúten, ideal para pessoas portadoras da doença celíaca


rasrebeca@gmail.com, gihe296@gmail.com, amandadultra@hotmail.com

Mostra fotográfica / Foto: Rebeca Almeida

Estudantes de graduação do curso de Gastronomia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) realizaram, no último dia do mês de janeiro, uma  Mostra Gastronômica de encerramento do semestre. O evento, que ocorreu no auditório do Escola de Nutrição da universidade, foi o momento para os estudantes apresentarem seus trabalhos finais para as disciplinas.

A intenção da atividade foi visibilizar os projetos realizados pelos estudantes e os cardápios preparados com produtos regionais. O evento contou com exposição de fotos e banners, momentos de apresentação oral de trabalhos no auditório e degustação de receitas desenvolvidas.

Para o estudante do terceiro semestre, Breno Sodré, a mostra é uma oportunidade não só para os alunos apresentarem seus trabalhos, mas também ressaltar a relação do curso com a Ciência. “A mostra gastronômica é uma forma de mostrar aos outros alunos ou pessoas interessadas na área que gastronomia também é uma esfera de produção científica. Porque o que produzimos é feito na intenção de alcançar a população, incluindo pessoas com intolerância à lactose, doença celíaca, entre outros”, relatou Sodré.

Para além da arte - Os pratos desenvolvidos tinham como objetivos a elaboração das receitas de valor não apenas estéticos ou artísticos, mais também com caráter inovador. Para a disciplina Cereais, Raízes, Tubérculos e Bulbos, ministrada pelo professor Márcio Luckesi, em conjunto com a disciplina Carne Bovina, Suína e Aves, ministrada pela professora Mayara Ávila, os estudantes foram desafiados a desenvolver pratos sem glúten, uma fração proteica presente em cereais como o trigo, aveia, centeio e cevada.

A estudante do quarto semestre, Tereza Pereira, desenvolveu como projeto gastronômico uma coxinha a base de farinha de milho, da qual pretende formalizar e lançá-la no mercado. Por não conter glúten, a comercialização da coxinha de milho seria uma alternativa para pessoas portadoras da doença celíaca, já que o glúten, presente em alimentos feitos com trigo, como a coxinha tradicional, é responsável por desencadear uma reação imunológica no organismo que ocasiona no indivíduo sintomas como diarréia, vômito, anemia e dores intestinais.

Projeto final da estudante Tereza Pereira / Foto: Breno Sodré

A estudante afirma ter gostado da experiência, tanto por ter a oportunidade de colocar em prática o que foi aprendido durante o semestre, como por poder desenvolver um produto que traz uma contribuição social, já que foi desenvolvido para pessoas com a doença celíaca. “A proposta de trabalho feita pelos professores neste semestre foi muito bem escolhida, pois fez com que os alunos sentissem que são capazes de contribuir para a sociedade de forma efetiva através do seu trabalho, além de nos proporcionar a oportunidade de aprender a fundo sobre questões, como por exemplo, a doença celíaca”, afirmou Tereza.

Apresentação de projetos desenvolvidos / Foto: Rebeca Almeida

Gastronomia na UFBA - O curso é recente na universidade, tendo surgido em 2012. Apesar do grande interesse que existe em torno deste ramo do conhecimento, alguns estudantes de Gastronomia enfrentam dificuldades para se manter nos estudos. “É um curso caro e nós temos que bancar quase tudo. Desde a roupa, os utensílios de cozinha e até a matéria-prima para a confecção desses projetos finais”, relatou o estudante do terceiro semestre, Igor Góis.

Localizado na Escola de Nutrição da UFBA, o curso de Gastronomia funciona apenas no período noturno e sofre com a carência de recursos e limitações. “Sofremos com a indisponibilidade de salas, insumos, projetos de pesquisa e extensão, falta de investimentos, uma boa estrutura nos laboratórios e feiras culturais utilizando nossos aprendizados”, denunciou Breno Sodré.

Segundo a estudante Isa Natali, quarto semestre, como o curso é recente na UFBA, ele enfrenta limitações, não só com relação a sua estrutura, mas também na falta de maiores quantidades de pesquisas científicas no campo gastronômico. “Por ser um curso novo ainda, temos limitações, principalmente na falta de artigos e estudos disponíveis para a área de gastronomia. Nossa biblioteca é carente de livros voltados para a área e faltam salas no prédio que sejam específicas para o nosso curso”, afirmou.

*Estudantes do curso de Jornalismo da Faculdade de Comunicação da UFBA e repórter da Agência de Notícias em CT&I – Ciência e Cultura

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