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Atualizado em 15 DE novembro DE 2018 ás 11:00

Educação, mudanças e incertezas pós eleições no Brasil

A mudança de governo e as novas propostas educacionais apresentadas para o país têm gerado grandes debates em todo país e também foi o tema da edição desta segunda-feira, 13, da disciplina

POR FABIO DE SOUZA*
fabiodejesus.datum@gmail.com

Diante da mudança de governabilidade no Brasil e as propostas da futura gestão para sistema educacional, a edição desta semana do Polêmicas Contemporâneas trouxe para debate o tema “A educação e o novo governo do Brasil”, com o propósito de discutir e analisar os planos para educação que devem ser implementadas a partir de 2019.

Imagem: Nelson Pretto

Uma das propostas apresentadas pela equipe de governo consiste em expurgar a ideologia do educador Paulo Freire das escolas. Para a professora e diretora do  Sindicato dos Professores das Instituições Federais do Ensino Superior da Bahia (APUB), Raquel Nery bezerra, o legado de Paulo Freire são benéficos, o que não justifica sua retirada das unidades escolares. “Paulo Freire é uma figura cuja importância, em relação as suas ideias, também defendidas em vida, antes mesmo das suas ideias começarem a tomar determinadas formas, formas inclusive de divulgação e disseminação mais acadêmica, foram ações práticas muito benéficas, que foi simplesmente a alfabetização de adultos, então que mal há em Paulo Freire a ponto de haver a necessidade de expurgo?”, questionou a professora.

Além de banir a contribuição de Freire do quadro educacional brasileiro, o governo Bolsonaro, que já realiza a transição de governo, objetiva realizar uma mudança na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), com a implementação do “Escola Sem Partido”, do Homeschooling (educação domiciliar), do impedimento da  aprovação automática e da disciplina dentro das escolas.

Os projetos de mudanças no sistema educacional têm tido resistência por parte de estudantes presentes no debate. “Eu sou a favor de escola livre, até porquê devemos lembrar que as escolas do Brasil foram fundadas por jesuítas e, para aqueles que creem na escola sem partido, acho melhor ficarem sentados e atentos ao que eu vou falar: com 18 anos, quando saí da escola, não sabia o que era a Internacional comunista”, declarou indignado o estudante Marcos.

Imagem: Nelson Pretto

Em sua fala, o escritor Aurélio Schommer defende a implementação do projeto e avalia como positivas algumas iniciativas do Escola sem partidos: “Alguns dos princípios evitará de você ter um partidarismo político da parte do professor, isso no ensino básico, porque na universidade esbarra na autonomia universitária”.

Com a grande divergências de ideias os ânimos se exaltaram nessa edição do debate, houve alterações de voz, interrupções de fala, que foi preciso intervenção do mediador e coordenador da disciplina, o professor da Faculdade de Educação (FACED), Nelson Pretto.

O Polêmicas Contemporâneas é um evento realizado pelo Departamento de Educação da FACED, às segundas-feiras, no auditório da Escola Politécnica da  Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Estiveram também presentes no debate  o professor e Coordenador Geral do Sindicato dos Professores no Estado da Bahia (SINPRO-BA), Allyson Mustafa; o doutor em Letras pela UFBA – University of Maryland, Rerisson Cavalcante de Araújo; e o doutor em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo (USP), Antônio Lobo.

*Estudante do curso de jornalismo da Faculdade de Comunicação e repórter da Agência de Notícias em CT&I – Ciência e Cultura UFBA

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