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Atualizado em 16 DE outubro DE 2014 ás 17:08

Dissertação analisa a violência nas escolas

O objetivo é entender quais práticas eram desenvolvidas nas escolas visando diminuir a violência entre os estudantes.

JÚNIOR MOREIRA*
josenildo-junior@hotmail.com

A violência é um grande problema da vida contemporânea, pois não apresenta mais limites de inserção na sociedade. Hoje, está presente nos mais diversos ambientes, inclusive nas escolas. Vários exemplos são noticiados constantemente pelos meios de comunicação. Em Salvador, essa realidade não é diferente, inúmeros delitos ocorrem no interior dessas instituições, e a sensação de insegurança alastra-se por estudantes, professores, funcionários e familiares. Pensando nessa problemática, o pesquisador Paulo Felipe Henríquez Arancibia, propôs investigar como as escolas vítimas da violência e da marginalidade, reagem aos casos de agressões. A Dissertação intitulada Como as Escolas Públicas de Salvador Enfrentam as Violências Em Seus Ambientes Sob a Perspectiva dos Professores, foi desenvolvida no curso de mestrado em Ciências Sociais da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 2012 e teve como orientador, o pesquisador e professor Luiz Claudio Lourenço.

O objetivo da dissertação, era entender se haviam mecanismos de defesas criados pelas escolas para tentar coagir e extinguir as violências ou se o posicionamento era de permanecer inerente a essa realidade. Para tais respostas, os professores desempenharam um papel primordial na pesquisa, pois representam, segundo o autor, a personificação da escola, com a visão privilegiada acerca deste fenômeno, por estarem em contato direto com essa situação. Durante a pesquisa, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas, ou seja, com um roteiro previamente elaborado, com 25 professores em 9 instituições públicas da cidade de Salvador entre escolas estaduais e municipais.

Foto:Ilustração

Ao longo dos capítulos, o autor contextualizou os significados de violência; as formas de definições de violências e as consequências para o ambiente escolar; abordou a cultura do medo presente nas instituições, com o objetivo de ilustrar o imaginário que povoa a sociedade quando se pensa em um ambiente escolar público. Ele também analisou o entendimento da “violência” e “violência nas escolas” a partir das entrevistas realizadas com os professores, buscando compreender como eles percebiam essa realidade.O pesquisador realizou um levantamento detalhado das formas de violência observadas nas falas dos professores e esquematizou as possíveis causas. Por fim exibiu todos os meios de reações e de enfrentamentos às violências segundo os entrevistados, e apresentou os motivos que limitam ou favorecem o enfrentamento das violências nas escolas, seguindo um exemplo concreto de uma instituição que conseguiu sucesso nessa situação.

Desse modo, Paulo Arancibia conclui que não existe uma única postura a ser adotada, pois as escolas desenvolvem mecanismos de defesa e de enfrentamento próprios. Parcerias existem com o Conselho Tutelar e a Ronda Escolas, mas dependem de como a administração e o corpo docente da escola concebem essa realidade. Muito do que precisa ser feito dependem da iniciativa da sociedade e do Poder Público que, por enquanto, implementa iniciativas tímidas. Os exemplos de êxitos encontrados na pesquisa deve-se principalmente ao empenho de muitos professores e de suas respectivas escolas que não esperaram por medidas coercitivas, mudando, desse modo, a realidade com pequenas e concretas ações. Paulo acentua também, a veracidade dos ambientes violentos de muitas escolas públicas soteropolitanas, mas alerta ao expor que a generalização é preconceituosa, afinal não se resolve os problemas apontando apenas os erros. Estes devem servir de guia para procurar as soluções e resolver, desse modo a problemática

*Graduando no curso de Jornalismo da Universidade Federal da Bahia e bolsista da Agência de Notícias em C,T&I

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