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Atualizado em 11 DE julho DE 2012 ás 00:05

Biodiesel da UFBA abastece Travessia Interoceânica

Feito a partir de óleos residuais na Escola Politécnica da UFBA o B100 será usado para testes de motores em travessia de pelo menos 13.000 km que começa hoje, dia 12 de julho.

POR LUANA VELLOSO*
luanavelloso16@hotmail.com

No Brasil a produção de biocombustíveis se configura como importante alternativa ao uso de combustíveis fósseis responsáveis pela emissão de CO2 na atmosfera. O laboratório de Energia e Gás (LEN) da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (UFBA), coordenado pelo professor Ednildo Andrade Torres dissemina a produção de biodiesel no estado da Bahia, para ser usada como fonte alternativa de energia.  A partir disso, a INULAT (Iniciativa UFBA Latina) através do BIO10 está promovendo a Travessia Interoceânica B100.

A Travessia Interoceânica B100 que começa hoje, 12 de julho, é uma expedição rodoviária em direção à cidade de Ilo, no Peru, com duração de 20 dias. O trajeto da expedição passará por cinco estados brasileiros, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre, além do Distrito Federal, Peru e Venezuela e terá pelo menos 13.000 km entre ida e volta. Dois carros modelo Ranger cabine dupla, doados pela fábrica da Ford Motor Company Brasil em Camaçari-BA, serão utilizados e abastecidos por dois tipos de combustíveis a fim de compará-los.

Um dos veículos será abastecido com B5 em postos  da Petrobrás no decorrer do trajeto e o outro será abastecido pelo biodiesel B100, 100% biocombustível, processado na Usina de Biodiesel da UFBA. O B100 é feito a partir da utilização de óleos de gorduras residuais (OGR). Além de diminuir a emissão de gases poluentes, o projeto propõe  a utilização de OGR como combustível de veículos automotores, a fim de evitar que estes sejam descartados de maneira inadequada na natureza.

Segundo o mestrando e um dos idealizadores do projeto, Fabrizzio Cedraz Gaspar, a ideia surgiu durante a Caravana da Integração ocorrida em 2010, onde estudantes e pesquisadores da UFBA percorreram aproximadamente 25.000 km de ônibus durante dois meses atravessando nove países da América do Sul, o Paraguai, Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia e Venezuela. O objetivo da caravana foi difundir e estimular a ideia da integração regional entre as universidades da região.  “Durante a viagem tivemos a ideia de criar uma rede de pesquisa em biocombustíveis, que é o Bio10, e como precisava do auxilio técnico de um professor para ajudar no projeto, logo procurei a professor Ednildo, que é um especialista na área e fui muito bem recebido. Ele viu que o projeto tinha potencial e a partir daí nós fomos refinando o projeto, apresentando novas versões até que chegamos a uma versão final” lembrou Cedraz.

Em 2012, a Travessia Interoceânica já em seu 2° ano de atividade  trará resultados como a produção de um Trabalho de Conclusão de Curso na Politécnica da UFBA.  O projeto está em sua terceira fase, ou seja, o teste de campo dos combustíveis, porque os testes em laboratório já foram feitos. A primeira parte foi de organização do projeto, a segunda foi de testes dos combustíveis e dos veículos, que sofreram algumas alterações para teste em laboratório, mas sem modificar as características do motor. “A única mudança que fizemos foi tirar o tanque e coloca-lo para fora, para facilitar o controle de consumo do combustível. De resto não se mudou nada porque o intuito era usar um carro comercial”, explicou o professor Ednildo Torres. Esses veículos serão monitorados por equipamentos de telemetria que farão o registro de todos os dados relativos a desempenho, emissão e consumo do veículo nas diversas condições de uso a que será submetido.

Além de contar com o apoio da Ford, a Travessia Interoceânica tem o “apoio da Rede Bahia, com divulgação; da Petrobahia que é uma empresa distribuidora de combustíveis na Bahia; da Bahia Engenharia, que tem dado uma contribuição financeira, sem a qual o projeto não se viabilizaria; do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Energia e Ambiente, coordenado pelo professor Jailson Bittencourt de Andrade do Instituto de Química da UFBA e também da Embaixada Brasileira e o apoio Institucional, que não poderia faltar”, contou o professor Ednildo Torres.A expedição terá um book fotográfico e um documentário que servirão para a divulgação e registro das atividades desempenhadas na travessia com o objetivo de ampliar a divulgação do projeto.

*Luana Velloso é estudante de Jornalismo da Facom/UFBA

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