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Atualizado em 28 DE outubro DE 2011 ás 13:56

Pesquisa visa implantação de fitoterápicos no SUS

Mais de 60 espécies de plantas medicinais já foram catalogadas em São Francisco do Conde. Comunidade participa com orientação aos pesquisadores da Ufba

Por Priscila Machado*
priscilamachado19@gmail.com

Implantar a utilização de fitoterápicos no SUS e realizar pesquisas etnobotânicas, é o objetivo do Programa de Extensão Permanente Farmácia da Terra, coordenado pela pesquisadora Mara Zélia de Almeida, da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal da Bahia (Ufba).

Atualmente, um grupo de pesquisadores integrantes do Programa realiza uma pesquisa etnobotânica no Município de São Francisco do Conde – BA. O grupo já catalogou mais de 60 espécies de plantas com a orientação de moradores. São realizados estudos históricos e culturais da utilização das espécies medicinais com o objetivo de promover a inserção da Fitoterapia no SUS, através da Estratégia de Saúde da Família (ESF) no Município de São Francisco do Conde.

Segundo a pesquisadora Mayara Silva, foram realizadas palestras e oficinas para devolução deste conhecimento à comunidade local, com a distribuição de folders contendo orientações para a utilização de plantas medicinais no combate à hipertensão. E como produto final do projeto esta prevista a produção de cartilhas para profissionais de saúde da região.

Núcleo Fitobahia/Sesab – Criado em 2009 com o objetivo de fazer o acompanhamento das ações e dos projetos de implantação da fitoterapia no SUS nos municípios da Bahia, o Núcleo de Plantas Medicinais e Fitoterápicos da Bahia (Fitobahia) pretende promover ações como a criação de hortos farmacobotânicos, centrais de beneficiamento e oficinas farmacêuticas nos municípios.

Também sob a coordenação da professora Mara Zélia, esse núcleo, segundo a Farmacêutica Mayara Silva, já promoveu capacitação para alguns profissionais de saúde da rede e realizou orientações aos usuários do SUS sobre fitoterapia através de seminários e campanhas de orientação aos usuários.

Dois municípios baianos utilizam fitoterápicos industrializados no SUS: Ilhéus, que usa o Xarope de Guaco e Itapetinga, que utiliza todos os oito fitoterápicos industrializados presentes na Portaria GM/MS nº 2.982, de 26 de Novembro de 2009.

Plantas medicinais X Fitoterápicos – Segundo Mara Zélia, produto fitoterápico é todo medicamento obtido e elaborado empregando-se exclusivamente matérias-primas ativas vegetais com finalidade profilática, curativa ou para fins de diagnóstico, é o produto final acabado, embalado e rotulado.

Já as plantas medicinais, são às utilizadas para promover ações terapêuticas. Enquanto o fitoterápico é elaborado, a planta medicinal é a matéria-prima pela qual esse produto é obtido. Essas plantas possuem princípio bioativo, que é a substância, ou conjuntos de substâncias responsáveis pela ação farmacológica.

Regulamentação – A política nacional de plantas medicinais e fitoterápicos foi aprovada através de um decreto em junho de 2006. Em 2008 foi aprovado o programa nacional de plantas medicinais e fitoterápicos e a criação de um comitê nacional.

Com a regulamentação dos fitoterápicos e plantas medicinais a Agência Nacional de Vigilância Sanitária dispôs, em março de 2010, sobre a notificação de drogas vegetais. Essa resolução estabelece que para a fabricação de fitoterápicos é necessário notificá-los junto à Anvisa, além disso, o produto deve conter informação sobre o uso, contra indicações e restrições de uso, efeitos adversos, precauções e outras informações adicionais de embalagem.

Os oito fitoterápicos industrializados que são usados pelo SUS são: espinheira santa, guaco, alcachofra, aroeira, cáscara sagrada, garra-do-diabo, isoflavona-de-soja e unha de gato.

Tradição – De acordo com Mara Zélia, o país possui cinco regiões em abundância de espécies medicinais. São elas: Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Pantanal Mato-grossense, Cerrado e a Caatinga.

A medicina popular do Brasil se constitui, basicamente, pela herança africana, indígena, europeia e oriental.

Manoel Nascimento vende ervas medicinais há 16 anos em uma barraca de feira, localizada em Cajazeiras. Ele aprendeu a manejar as ervas com um irmão, e desde então, não se desfez do negócio. Todos os dias ele indica diferentes plantas para pessoas que procuram por soluções mais rápidas e baratas.

Na maioria das vezes, a clientela confirma a eficácia das plantas

Segundo Mayara, esse comércio não deve ser extinto com o crescimento dos fitoterápicos, mas adequados, através de palestras e de trabalhos de orientação para o uso correto das plantas medicinais. Inclusive, ainda não existem legislações especificas na Anvisa para regular este comércio.

Entretanto, é necessário ficar atento com o mau uso das drogas vegetais, pois, dessa forma a planta pode não gerar o efeito esperado, ou ainda, causar graves intoxicações.

Almeida explica que é preciso tomar cuidado com a coleta, o armazenamento e a conservação das plantas para que se tenha eficácia na utilização. O risco de ingerir plantas incorretas pode também ser perigoso, tendo em vista que algumas plantas são bastante venenosas como, o leite de vegetais conhecidos como purga-do-campo e dedo-do-diabo. Já a planta conhecida como comigo-ninguém-pode causa violenta crise alérgica.

Algumas plantas medicinais:

*Estudande de Jornalismo da Faculdade de Comunicação da Ufba – Facom

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4 comentários para Pesquisa visa implantação de fitoterápicos no SUS

  1. Aline Moreira Santana disse:

    Estou desenvolvendo meu tcc de especialização de gestão em saúde/uneb sobre o uso da fitoterapia nos municípios bahianos. Gostaria de mais informações. obrigada

  2. Aline Moreira Santana disse:

    Estou desenvolvendo meu tcc de especialização de gestão em saúde/uneb sobre o uso da fitoterapia nos municípios bahianos. Gostaria de mais informações.

  3. Aline Moreira Santana disse:

    gostaria de mais informações

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