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Atualizado em 7 DE junho DE 2011 ás 18:43

Academia de Ciências da Bahia é instalada sob promessa de funcionamento do Tecnobahia ainda em 2011

Com salários de R$ 9 a 18 mil, secretário pretende atrair pesquisadores de ponta para atuarem em novo empreendimento

Por Wagner Fereira
wagner.ferreira@ufba.br

A “livre iniciativa” de 43 pesquisadores da Bahia deu início à tentativa de organização do meio acadêmico em fazer valer a máxima: “a união faz a força”, em prol do desenvolvimento científico no estado. O primeiro termo entre aspas foi dito pelo governador da Bahia, Jaques Wagner, durante o evento de instalação e posse dos membros da Academia de Ciências da Bahia – na quarta-feira (1) no Auditório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) em Salvador -teve tom de apoio para a agremiação, que pretende discutir e estimular a produção científica no estado.

Durante a cerimônia, o governador diz estar empolgado com o poder de articulação da sociedade, refletido na criação da primeira academia de ciências da Bahia. Para ele, o feito evidencia o papel da sociedade em promover ações que venham beneficiar o bem comum, mas se mostrou preocupado com carências básicas que ainda assolam o estado. “Estamos aqui discutindo sobre ciência e tecnologia, mas fico imaginando que entre os nossos, ainda há pessoas sem ensino básico, água encanada e luz elétrica”, reconhece.

Apesar do apoio à iniciativa, Wagner lembrou de carências básicas que ainda aflige todo o estado

Wagner estava acompanhado do atual secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), Paulo Câmera, que aproveitou o momento para falar do Parque Tecnológico da Bahia (TecnoBahia), alvo de denúncias por parte do Ministério Público Federal por crime ambiental.

Apesar das denúncias, Câmera anunciou o funcionamento do TecnoBahia para este ano, com salários de R$ 9 a 18 mil para atrair pesquisadores de ponta das universidades para atuar no novo empreendimento.

O anúncio é feito após quase quatro meses de discussões na Câmara Municipal, por conta do projeto que reduz o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) de 5% para 2% para as empresas que pretenderem se instalar no Parque. A aprovação dos vereadores baianos veio por unanimidade no dia 27 de abril.

Também fizeram parte da mesa, o presidente da Academia, o ex-governador da Bahia e Professor Emérito da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Roberto Santos; os presidentes da Assembléia Legislativa do Estado e da Fieb, deputado Marcelo Nilo e José Mascarenhas, respectivamente; o diretor da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), Roberto Paulo Machado Lopes e o diretor geral do grupo A Tarde e presidente da Academia de Letras da Bahia, Edvaldo Boaventura, vice-presidente da Academia.

Da equerda para a direita: José Mascarenhas, Marcelo Nilo, Jaques Wagner e Roberto Santos

Em seu discurso de posse, Roberto Santos disse que os baianos têm a chance de ver o estado projetado na área científica e explicou o papel da entidade. “A Academia pretende estimular as pesquisas produzidas na Bahia e fazer sua divulgação junto à população para melhora de sua qualidade de vida”.

Roberto Santos recebeu muitas congratulações durante evento

O presidente da Academia pretende reunir-se com representantes de indústrias e coordenadores dos cursos de pós-graduação com o objetivo de afinar o diálogo entre academia e setor produtivo e foi em defesa dos industriários por não investirem mais em Inovação. “A industria privada se queixa das altas taxas de impostos e diz que é a causa de não investir em Inovação. Os governos vêm tentando atenuar a situação, mas ainda não é o bastante”, denuncia Santos.

As discussões feitas pelos membros da Academia de Ciências da Bahia sobre políticas de Ciência Tecnologia e Inovação serão feitas semanalmente em uma sala cedida pela Fapesb, até que o TecnoBahia esteja em funcionamento. A agremiação deverá ter uma sala própria dentro do Parque Tecnológico. As ciências representadas pelos pesquisadores serão: Humanas e Sociais, Exatas e da Terra, da Vida, Filosofia, Ensino e Gestão.

Pesquisadores, estudantes, professores e autoridades civis e militares lotaram o auditório da Fieb

Tecnovia - A denúncia do MPF foi feita em novembro de 2010, com base em investigação feita pela Polícia Federal e apontava entre os réus, o ex-secretário da Secti, Ildes Ferreira; o proprietário da NM Construtora, Nicolau Martins, e quatro representantes da Patrimonial Saraíba.

Em fevereiro deste ano, a 10ª Vara da Justiça Federal suspendeu, por meio de liminar, a aplicação de multa contra a Secti, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).  A multa de R$ 2 milhões aplicada contra o Governo da Bahia, havia sido determinada em fevereiro de 2009 por causa de supostas irregularidades ambientais na construção do Parque Tecnológico (Tecnovia), na Avenida Paralela.

A reportagem que relatava a denúncia, foi um dos motivos da demissão do então repórter de A Tarde, Aguirre Peixoto, que vinha denunciando a ação irregular das construtoras na Avenida Paralela. De acordo com uma das últimas matérias produzidas por Peixoto sobre o tema – ainda como repórter de A Tarde – a decisão da 10ª Vara não traz nenhum impacto imediato à ação criminal que corre na 17ª Vara.

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Fotos da Instalação da Academia de Ciências da Bahia

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