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Atualizado em 5 DE junho DE 2012 ás 18:57

UFBA realiza II Semana do Meio Ambiente

A II Semana do Meio Ambiente acontece até o dia 06 de junho, na Faculdade de Arquitetura da UFBA. No primeiro dia, o encontro abordou diferentes temas relacionados às condições socioambientais da cidade de Salvador, como a questão do saneamento, captação das águas e da habitação.

POR MARILÚCIA LEAL*
lealmarilucia@gmail.com

“Cidades (in) sustentáveis” foi o tema abordado no primeiro dia de debate da II Semana de Meio Ambiente da UFBA. Participaram da atividade os professores Heliodoro Sampaio da Faculdade de Arquitetura (FAUFBA), Luiz Moraes (Politécnica) e Francisco Zorzo, (IHAC). O encontro abordou diferentes temas relacionados às condições socioambientais da cidade de Salvador, como a questão do saneamento, captação das águas e da habitação.

Heliodoro Sampaio provocou os demais colegas no sentido de se avaliar o encarecimento do solo na cidade e como a lógica ambiental está imposta pela lógica do capitalismo. Ressaltou, ainda, a apropriação do espaço público por empresas e empreendimentos privados. “Se a densidade residencial é um fator que interfere nos custos de urbanização caberia aos Planos Diretores e leis complementares fixar os parâmetros urbanísticos em base técnica, pois os custos são rateados com todos os consumidores”, explica o pesquisador.

Retomando a questão da moradia, Francisco Zorzo afirma que as construções irregulares, que deram forma as grandes favelas da cidade, ao mesmo tempo em que representam a conquista do direito de moradia, revela grandes problemas ambientais e estruturais.  “As cidades brasileira estão passando por um processo de urbanização insustentável”, afirma Zorzo. O termo sustentabilidade é considerado, na maioria das vezes, a partir da lógica econômica e nela abrange alocação e distribuição eficientes das riquezas naturais dentro de uma escala que se submete ao desenvolvimento pretendido. Nesta lógica, os recursos ambientais é que devem ser adequados ao desenvolvimento, e não o contrário.

O aumento da demanda populacional desencadeia novos problemas, principalmente a questão do saneamento básico, tema discutido pelo professor Luiz Moraes, que explica que a questão não se limita ao acesso à rede de esgoto. “Saneamento é o conjunto de ações técnicas e socioeconômicas, que visam níveis crescentes de salubridade por meio de abastecimento de água potável, coleta, tratamento e disposição de resíduos – líquidos; sólidos e gasosos – drenagem e manejo de águas pluviais, controle de vetores e reservatórios de doenças, prevenção e controle de ruídos e a disciplina da ocupação e uso do solo, contribuindo para a promoção e melhoria das condições de vida nos meios urbano e rural”, define Moraes. Afirma ainda a necessidade de se mudar a lógica de saneamento básico da cidade de Salvador, implementando, inclusive, captação da água das chuvas.

O alto volume de lixo, o descarte irregular dos dejetos sólidos e a poluição dos rios também foram discutidos no evento.

*Marilúcia Leal é estudante de jornalismo da Facom/UFBA e bolsista da Agência Ciência e Cultura.

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