Faculdade de Comunicação da UFBA recebe presidente do Bahia no 1º Seminário Baiano de Combate à LGBTfobia no Esporte

Nauan Sacramento

Foto por: Larissa Carneiro

Na última sexta-feira (16), o coletivo de torcidas Canarinhos LGBTQ+ organizou a 1ª edição do Seminário Baiano de Combate à LGBTfobia, realizado no auditório da Faculdade de Comunicação da UFBA. O evento reuniu figuras dos mundos legislativo e esportivo baiano em uma conversa sobre o enfrentamento à intolerância nos campos esportivos.

Entre os convidados estavam Emerson Ferretti, presidente do Esporte Clube Bahia, e Marcos Sabiá, ex-diretor da Odebrecht e atual CEO da casa de apostas BET. O foco do seminário foi conscientizar sobre o papel das torcidas organizadas na promoção de inclusão, não apenas para os integrantes do coletivo, mas para toda a comunidade esportiva.

O fundador do coletivo, Onã Rudá, destacou os avanços alcançados pelo grupo em sua fala de abertura: “O que estamos fazendo aqui hoje é trazer para o esporte e para o futebol um eixo muito importante de pensar o seu lugar, não só no fazer físico, mas também no psicológico. Nosso movimento conseguiu gerar uma série de ações que hoje estão no regimento geral de competições da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Temos conseguido dar passos no intuito de ampliar as perspectivas para nossa comunidade dentro do futebol.”

AGN entrevista Onã Rudá fundador do coletivo Canarinhos | Fotor por: Larissa Carneiro

Com quatro mesas temáticas, o seminário abordou diferentes aspectos da luta contra a LGBTfobia no esporte. A mesa de abertura promoveu um diálogo entre representantes do esporte e do meio jurídico, respondendo a questionamentos sob essas duas óticas. Luíse Reis, diretora de Relações Institucionais da Comissão de Diversidade, CPIR, e Direito, Cultura e Entretenimento, falou à Agência de Notícias sobre as iniciativas institucionais para criação de vagas afirmativas: “Para você promover a inclusão, precisa garantir a permanência. Para isso, é necessário que haja uma instituição e um protocolo de segurança psicológica para o acompanhamento dessas vagas. Não basta colocar essas pessoas lá dentro; é preciso assegurar saúde mental e reparação financeira adequada.”

Paula Midlej, diretora de comunicação da Liga de Esportes da FACOM e membro do Centro Acadêmico Vladimir Herzog, participou da quarta mesa e abordou o papel da comunicação no futebol: “O esporte pode ser cura, pode ser linguagem de pertencimento, onde a gente se encontra, se emociona e se reconhece — mas só se ele for para todo mundo, só se esses símbolos forem reinventados, só se o jornalismo e a comunicação também se colocarem nesse campo da transformação”, completou a fotógrafa.

O seminário foi resultado de uma realização do coletivo Canarinhos LGBTQ+ em parceria o Centro Acadêmico Vladimir Herzog,  Federação Bahiana de Futebol, Superintencia dos Desportos do Estado da Bahia, Secretaria do trabalho, renda e esporte, Midia Ninja, Faculdade de Comunicação da UFBA, Diretorio central dos estudantes da Universidade Federal da Bahia, Doisterços. A data foi escolhida em alusão ao Dia Internacional de Combate à LGBTfobia, celebrado em 17 de maio — um dia após o evento