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Atualizado em 11 DE junho DE 2013 ás 18:24

Seminário debate sustentabilidade ambiental, riscos e desastres

Semana do Meio Ambiente da UFBA reúne instituições para debater sustentabilidade ambiental e a influência dos risco e desastres

POR NÁDIA CONCEIÇÃO*
nadconceicao@gmail.com

Debater questões relacionadas ao meio ambiente, socializar o ensino e o conhecimento da universidade e promover um diálogo com a sociedade, discutindo alternativas socioeconômicas, políticas e culturais para questões ambientais. Este foi o mote da III Semana do Meio Ambiente da UFBA, que aconteceu em diversos campi desta universidade e em algumas escolas públicas de Salvador.

O evento, organizado pelo Núcleo Interdisciplinar UFBA de Agroecologia em Rede (Agrorede) trouxe ainda questões como transporte de urânio, desabamentos de encostas e planejamento estratégico.

Com o tema “Sustentabilidade Ambiental: a influência dos riscos e desastres” foi promovido um debate durante toda tarde da última sexta-feira (07), no Auditório Magno Valente, da Escola Politécnica da UFBA. Estiveram presentes pesquisadores e representantes do Ministério Público da Bahia (MP/BA), Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), Corpo de Bombeiros, de da Coordenação de Defesa Civil do Estado (Cordec).

Segundo os palestrantes, os desastres ambientais têm provocado muitas mortes em todo o mundo. De acordo com o coordenador executivo da Cordec, Salvador Brito, as possibilidades de riscos são muito grandes. “Na Bahia, a Defesa Civil busca se estruturar e agregar conhecimento para enfrentar os desafios em conjunto com os governos federal, estadual e municipal”, diz.

O coordenador falou ainda sobre o desafio do município de Lapão, localizado na Chapada Diamantina, onde ocorre grande incidência de incêndios. Para Brito, o fundamental é investir em planejamento e prevenção – uma prática nova no Brasil – e para isso é preciso que hajam mudanças na legislação vigente. “Desde 2010 a legislação brasileira avançou muito, mas precisa melhorar”, afirma. “Precisamos investir em gestão de riscos no momento em que os prefeitos planejam o desenvolvimento das cidades”, completa.

Brito enfatiza ainda que a melhoria das ações da Defesa Civil está condicionada a uma ação conjunta entre governo, sociedade e universidade. “Precisamos que na Bahia, devido a sua complexidade territorial e socioeconômica, as universidades, como a UFBA, criem projetos bem estruturados para que nós o utilizemos como referência. Eu sinto essa carência de estrutura”.

Conhecimento interdisciplinar – Outro setor fundamental de apoio às reduções de risco e de desastres é o Corpo de Bombeiros, representado no seminário pelo tenente-coronel do 1º Batalhão Militar, Júlio Nascimento Silva, que explicou como funciona o trabalho destes profissionais na redução de riscos e desastres. Ele informou que, na Bahia, existem quinze unidades do corpo de bombeiros e dois Grupamentos de Bombeiros Militares (GBM’s) especializados.

De acordo com o representante dos bombeiros, combater incêndios é muito mais que manusear uma mangueira, é preciso entender de diversas áreas: saúde, engenharia, química, além de possuir conhecimentos em estrutura física. Ele conta que em 2012 foram registrados 21.531 casos atendidos pela corporação. No entanto, o tenente-coronel evidencia que a máxima da corporação é trabalhar nos pilares da prevenção, por isto ele reforça que os responsáveis pelas construções precisam estar atentos à implantação dos sistemas de proteção básica, que auxiliam em casos de acidentes, como hidrantes, sinalização de emergências, alarmes de detecção, extintores de incêndios, dentre outros.

A Coordenação Estadual em Vigilância Ambiental (Divisa) também esteve presente no evento e apresentou as políticas para a redução de desastres e da evolução da atuação desta instituição nos últimos anos, além da ampliação da ideia do desenvolvimento sustentável como redutor de danos e da gestão de riscos.

Outro debate interessante na tarde foi a comparação entre o fenômeno da seca, no Nordeste brasileiro, e o furacão Katrina, nos Estados Unidos, onde foram apresentados os aspectos de vulnerabilidade em comum entre os eventos, de autoria das engenheira Sonia Fialho e da urbanista Maiana Freiras.

De acordo com as pesquisadoras, ao comparar os dois eventos, conclui-se que a maior causa da vulnerabilidade destes locais se deram, sobretudo, pelo desinteresse de investimentos nas áreas atingidas. “Tratam-se de áreas pobres e que não faziam parte do desenvolvimento nacional, nem despertava interesses econômicos, por isso os descasos”, afirmam.

*Nádia Conceição é jornalista, estudante de Produção cultural da Facom e estagiária da Agência de Notícias.

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