Newsletter
Ciência e Cultura - Agência de notícias da Bahia
RSS Facebook Twitter Flickr
Atualizado em 1 DE abril DE 2013 ás 15:30

Pedras extraterrestres na Terra

A humanidade vive um clima de insegurança por causa das notícias de quedas de objetos extraterrestres em diversos lugares do planeta. Especialistas asseguram que as chances de um meteorito cair são remotas. E mesmo com algumas incidências fora do país eles podem tombar em qualquer lugar.

POR EDVAN LESSA* E NÁDIA CONCEIÇÃO**
lessaedvan@gmail.com* e nadconceicao@gmail.com**

A raça humana não quer acabar como os dinossauros, provavelmente extintos por objetos vindos de fora do planeta, e se mantém na vanguarda do improvável. Uma arma de paint ball para lançar tinta de cor clara sobre um asteroide  - e fazer com que a incidência de fótons, partículas de luz, desviasse sua rota – seria no mínimo eficiente para prevenir quedas de corpos extraterrestres, não fosse uma tentativa à longo prazo. A ideia é de Sung Wook Paek, premiado em concurso interno do Massachusetts Institute of Technology (MIT).

+ METEORÍTICA

Mitos e verdades sobre meteoritos

Cerca de 40 toneladas de pó cósmico se chocam com a Terra todos os dias, segundo declarou Alberto Veloso, geofísico da Universidade de Brasília. Mas ainda segundo o especialista, essas partículas são perigosas quando superam os 50 metros. Ainda assim, para evitar que mais pedregulhos caiam de surpresa, o NEOSSat foi colocado a 800 km do planeta, no dia 25 de fevereiro. O satélite canadense do tamanho de uma maleta é uma espécie de sensor alerta para a Terra, já que o nosso escudo, a atmosfera, não nos protege de todos os meteoritos que “vem do céu”.

A humanidade vive um clima de insegurança por causa das notícias de quedas de objetos extraterrestres em diversos lugares do planeta. Não é comum, porém, que as pessoas compreendam o nível de risco existente quando um objeto desaba do espaço. Afinal, estamos em perigo? A chuva de meteoritos que deixou mais de mil pessoas feridas na cidade industrial de Cheliabinsk, região russa dos Urais, estimulou a pesquisa espacial, mas aflorou os ânimos da comunidade leiga.

Especialistas asseguram que as chances de um meteorito cair são remotas. E mesmo com algumas incidências fora do país eles podem tombar em qualquer lugar. De acordo com o professor Wilton Pinto de Carvalho, do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia (UFBA), no Brasil, Minas Gerais é o estado onde foi registrada a maior quantidade de meteoritos. “Mas isso não significa que [lá] seja mais propenso a cair meteoritos. As descobertas aumentam graças ao conhecimento de que as rochas encontradas têm valor científico”, esclarece.

Outros estados não se dedicam a estudar os materiais que caem do espaço com o mesmo empenho que o estado mineiro o faz. “Eu atribuo isso à falta de educação básica; de educação formal. Nos Estados Unidos, na Austrália e Europa esses fenômenos são divulgados e mais meteoritos chegam às instituições. O Brasil possui apenas 61 meteoritos, quando deveria ter pelo menos 600”, critica Carvalho.

Impactos de asteroides


Imagem Reprodução. CARTO B

O jornal europeu The Guardian e o co-fundador da Vizuality e da CartoDB, empresas especializadas em soluções gráficas para dados estatísticos, Javier de la Torre, elaboraram um mapa que identifica os locais onde há maior evidência do impacto de asteroides em todo o globo. De 2300 a.c. até hoje já são mais de 34 mil registros, quase 35. O número, contudo, não inclui as possíveis quedas de meteoritos na água ou em regiões inabitadas.

Imagem: Reprodução. CARTO B

A região do Brasil onde mais houve impacto de asteroides, de acordo com o mapa, é a Sudeste; são pelo menos 25 registros. No estado de Minas Gerais foram divulgados 20 objetos. A região Norte é onde há menor incidência; o único caso catalogado nessa parte do país foi na cidade de Belém, em 1989. Ademais, em toda Bahia, apenas cinco são conhecidos por especialistas. Dentre eles está o meteorito de Bendegó, o maior achado extraterrestre do país, encontrado por um garoto sertanejo em 1784. O peso da rocha é de 5, 36 toneladas e seu tamanho, 2,15m x 1,5 e 0,65 m.

*Edvan Lessa é estudante de Jornalismo da Facom-UFBA e bolsista da Agência de Notícias Ciência e Cultura.

**Nádia Conceição é jornalista e bolsista da Agência de Notícias Ciência e Cultura.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *