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Atualizado em 16 DE maio DE 2011 ás 04:11

Dispositivo auditivo subsidiado pelo SUS custa cerca de R$ 60 mil

Seleção de candidatos à cirurgia inclui pré-triagem e exames no Hospital Santo Antônio, em Salvador

Por Cláudio Bandeira
cafbandeira@gmail.com

Para o paciente com deficiência auditiva ter acesso ao implante do ouvido biônico, é necessária uma experiência prévia mínima de três meses com a prótese auditiva convencional. O ouvido biônico custa cerca de R$ 60 mil, valor subsidiado pelo SUS. A seleção de potenciais candidatos é iniciada nos centros de saúde auditiva, dos quais o Centro Estadual de Prevenção e Reabilitação de Deficiências (Cepred) é o principal.

Leia antes: Ouvido biônico possibilita audição a deficientes

Os indivíduos que mostraram resultados insuficientes com a prótese auditiva convencional serão encaminhados ao Hospital Santo Antônio, das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), em Salvador, para avaliação, explica o fonoaudiólogo Marcos Roberto Banhara. Segundo ele, “há ainda a demanda espontânea de pessoas que procuram diretamente os serviços do centro de cirurgia coclear do Hospital Santo Antônio”. A grande demanda pelo implante do ouvido biônico levou o Hospital Santo Antônio, único do estado a realizar a cirurgia pelo SUS, a organizar um programa de pré-triagem, realizado às sextas-feiras à tarde.

Avaliação – Caso, por razões médicas, não preencha os critérios para a inclusão no programa de implante, o paciente é encaminhado ao setor de otorrinolaringologia para receber outro tipo de tratamento. Marcos Banhara explica que há variáveis a serem identificadas para a decisão em relação ao implante. “O procedimento é indicado a pacientes pré-linguais, quando já nascem com a perda auditiva, ou os pós-linguais, adultos que podem ter perdido a audição devido a uma meningite ou trauma”.

Antes da cirurgia, são realizados os exames e diagnósticos audiológicos preliminares, avaliação psicológica, social e otorrinolaringológica. “Após avaliações, pode se decidir se o paciente é candidato ou não ao implante”, explica. O fonoaudiólogo acrescenta que os pacientes pré-linguais adultos são os mais complexos, pois desde criança nada ouviam e não dominam a fala. “Nesses casos, temos de investigar se podem fazer a cirurgia pelos critérios do SUS”.

Portanto, uma das condições para aplicar o procedimento nos pacientes pré-linguais é se ele fala e fez terapia fonoaudiológica. No caso de crianças, contudo, a condição é normal, apesar de não domina a fala, a desenvolverá depois. O especialista acrescenta ainda ser necessário que a cóclea esteja íntegra para que seja feita a introdução do eletrodo. Tempo de ouvir A idade auditiva é outro fator que influencia a recuperação do paciente, pois ela não corresponde à idade cronológica.

“Caso, por exemplo, o paciente implantado tenha 3 anos, ele possui, por outro lado, a idade auditiva de 1 ano para o aprendizado da fala e da audição. A adaptação pode variar, contudo, de paciente para paciente: entre três a seis meses, conseguem-se bons resultados, com a terapia para aprender a usar o implante”, explica. Nos casos pós-linguais, logo que o implante é ativado, o paciente sai ouvindo normalmente, diz.

Segundo o médico Rosauro Aguiar, o grande inimigo desta cirurgia é a infecção, o tímpano aberto ou osso inflamado. Ele revela ainda que a cirurgia pode ser feita com os custos cobertos pelo paciente. O primeiro implante coclear na Bahia foi realizado por ele no Hospital Aliança em 2005. Os pacientes são internados, passam 48 horas no hospital e levam um mês para a recuperação. A cirurgia é feita com microscópio especial e dura uma hora e meia.

Como funciona o ouvido biônico?

O implante coclear estimula eletricamente as fibras nervosas remanescentes, permitindo a transmissão do sinal elétrico para o nervo auditivo, a fim de ser decodificado pelo córtex cerebral. Em que difere do Aparelho de Amplificação Individual (Aasi). O Aasi apenas amplifica o som e a transmissão é puramente acústica. O implante coclear fornece impulsos elétricos para a estimulação das fibras neurais (nervo auditivo) em diferentes regiões da cóclea, permitindo ao paciente mais capacidade de perceber sons.

O implante é indicado para todas as pessoas com deficiência? Não. São considerados candidatos ao implante crianças a partir de 1 ano e adultos que apresentem deficiência auditiva sensorioneural bilateral de grau severo a profundo e que não obtiveram benefícios com o uso de aparelhos Aasi.

No caso de pacientes adultos, é necessário boa leitura orofacial e que seja realizada terapia fonoaudiológica anterior. Após a cirurgia, quando o paciente começa a sentir melhoras? Os resultados não são imediatos. O paciente é periodicamente reavaliado e deverá passar por sessões semanais de terapia fonoaudiológica para treinamento da capacidade auditiva. Os primeiros resultados começam a surgir entre o primeiro e o terceiro mês, a depender da faixa etária e da condição auditiva prévia do paciente.

3 comentários para Dispositivo auditivo subsidiado pelo SUS custa cerca de R$ 60 mil

  1. Elizaldo Caetano de oliveira disse:

    Eu perdí a audição por causa do uso de AMICACINA no HEOM em Salvador, moro em Santo Antonio de Jesus já usei aparelhpo auditivo só q a audição chegou ao grau severo à profundo e o aparelho ñ resolve mais. Queria orientação p/ cirurgia.

  2. george disse:

    Eu perdí a audição deste nascente e fiz um pequeno cirugiao em dois ouvido com tubo so que eu ouço pouco na direita e na esquerda é perdo total.Tenho 27 anos falo pouco errado e gostaria saber posso fazer cirugia

  3. artenivaldo barbosa de miranda disse:

    eu adoeci de meningite e perdi a audiçao desde 1978 ja usei aparelho mais so ouvi o buraulho nao entendia nada
    fiz os exames o ano passado ai em salvador neste mesmo hospital desde junho até hoje estou esperando o emplate coclear e nao tive nenhuma resposta.

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