1º Encontro de Comunicação Antirracista da UFBA é realizado no auditório da FACOM

Nauan Sacramento

Mesa de abertura / Foto por: Paula Midlej

Na última semana (03), o Centro acadêmico Vladimir Herzog realizou o primeiro Encontro de Comunicação Antirracista da UFBA no auditório da Faculdade de Comunicação (FACOM/UFBA), reunindo profissionais da comunicação, gestores públicos e pesquisadores para discutir práticas, linguagens e políticas de enfrentamento ao racismo na comunicação.

O evento foi aberto com um cerimonial conduzido pelos ogãs do Ilê Axé Iyá Nassô Oká, mais conhecido como Casa Branca, terreiro símbolo de resistência e patrimônio da cultura afro-brasileira. A cerimônia estabeleceu o diálogo de ancestralidade e respeito às tradições afrodescendentes que marcou todo o primeiro dia do encontro.

A mesa de abertura, realizada pela manhã, contou com falas impactantes e emocionantes. Participaram Lore Bispo, Deusa do Ébano do Ilê Aiyê; o jornalista e escritor Osmar Marrom; o ativista e produtor cultural Tobias Muniz; a secretária municipal de Reparação de Salvador, Isaura Genoveva; e o consultor do Ministério da Cultura, Yuri Silva. Os participantes destacaram a urgência de promover a equidade racial na comunicação e valorizar as vozes negras como agentes protagonistas na construção de narrativas.

Ainda pela manhã foi celebrada a história da inesquecível jornalista Wanda Chase – importante figura do movimento negro brasileiro – com a presença de sua irmã Thelma Chase.

Ao longo de seus três dias de duração o espaço foi tomado por debates que percorriam negritude na televisão com figuras pretas reconhecidas das TV’s baianas como: Tarsilla Alvarindo, Felipe Oliveira, Naiara Oliveira, Luana Assiz e Val Benvindo até moda, comunicação e protagonismo negro com figuras influentes do cenário fashion baiano como: Lara Leão (Costura Ancestral), Tauã Carvalho, Jorge Lucas (Salcity) e Negra Jhô. O encontro é uma das iniciativas do Centro Acadêmico Vladimir Herzog com gestão da Chapa Glória Maria.

Integrantes da mesa de moda e comunicação / Foto por: Paula Midlej

Conversamos com um de seus representantes, a secretaria-geral Ana Marcele Maciel, sobre sua experiência no encontro “O Encontro, enquanto primeiro evento de comunicação antirracista, significou para mim o espaço de debate e valorização da cultura negra e indígena – que muitas vezes são excluídas da sociedade”. Seu encerramento ficou por conta de um ato de Ballroom. “Foi muito importante trazer uma manifestação cultural queer, periférica e negra para a FACOM que já é um ambiente muito elitizado” afirma a produtora cultural Merlia ao lado de Matheus Batista. O festejo contou com muita dança, performances e diversão para quem esteve presente com o tema Comunicação acessível.